sábado, 26 de dezembro de 2009

Pedaços VII


“Enquanto este mundo estiver cheio de homens e mulheres, não haverá paz, pois foi esquecido totalmente de quem realmente precisa habitar este planeta, o ‘ser humano”.



“Somente aprenderemos o que realmente é a humildade quando admitirmos sinceramente e sem vexames o quanto já fomos ridículos conosco mesmo”.


“Só se incia o conhecer do verdadeiro amor, aquele que em seu princípio íntimo o construiu em uma comunidade metafísica”.


“O ser humano sofre porque teima e quer sempre consertar um problema, discutindo acaloradamente sobre a devastação dos seus efeitos, mas é incapaz de se deter em tentar realmente sanear a causa em si meso”.

“Quem vive, não teme, respeita, quem teme não vive, existe, por algum tempo (...)”.


“É muito melhor ter medo, do que desistir no meio de uma tentativa impulsionada em franca má vontade, desse modo a vergonha de si mesmo, será bem menor”.


“Para a maldade do mundo, não existe nada mais conveniente do que o fácil evento do esquecimento da lembrança humana”.


"Quanto tempo ainda mais vestir a couraça da matéria angustiando-se na prisão das asas que não podem ainda voar de volta para casa...

Na certeza de renecontrar o carinho de um abraço tão desejado que aqui ainda não tem nome ou rosto, mas guarda a certeza da história que mesmo ainda nunca vista...

Em todo dia deste tempo que se vai... Ela é sempre sentida..."




Pedaços VI











A agonia, a incerteza, o cansaço, a vontade de nunca ser igual a qualquer um que viva imerso ao mar de rostos vazios da vida real toma conta do pensamento...
É muito estranho estender as mãos em busca do alento e tê-las apenas ressecadas ao sabor de um indiferente sopro do vento...


O que se sente por dentro é doído, a recusa da exposição da própria história é forte pela certeza do entendimento da autoresistência...
Que não se permite declarar-se como vencida diante do resgate do próprio débito num outro ontem metafísico...

Tantos olhos se entrecruzam, e num passar de poucos segundos sentem a vontade intesa de contarem-se mútuos em histórias molhadas de lágrimas buscando algum toque de carinho...

Mas a estranha onda de pensamentos plásticos brilhantes e instantâneos, forma um mar de medos velhos e longos
e pelo que se vê ao redor...
Esconde-se o sentimento na conformidade passiva quebrada apenas pelo alívio das horas nunca repetidas...

Na maioria das vezes, todo sonho é um objeto intocado, inalcançado, impossível de ser realizado...
É como contemplar a obra do Absoluto...
Sentes o carinho pelo sol, pelo céu, pelo mar, pelo verde mas nada disso é prórpio apenas contaemplativo e imensurável...

Quantas vezes tantos imaginaram rostos com nomes, toques com respostas, compartilhar de ocasos e auroras, quantas vezes lágrimas caíram sobre lágrimas, com as mesmas velhas motivações...

Quantas vezes, 'cada eu' quis ouvir 'de outros', o próprio nome cantado numa alegria calma da certeza de se estar junto ao menos nesse punahdo de tempo chamado existência...

Quanto se deixou de aprender ao carinho, pelo temor da liberdade do querer assumido sozinho, diante imposição da mera convenção social...
As horas são degustadas pelas ampulhetas e clepsidras dos Mestres infinitos...

E muitas e muitas vezes ainda haverão de dormir e acordar sem terem aprendido o que é sentir e gostar de si mesmo em outra pessoa...
Por isso se sofre por isso se angustia...
Por isso a vida lá fora, está fria, imediatista, gritante mas essencialmente vazia...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Pedaços V









A solidão só é verdadeira quando todos constatam que suas palavras, olhares, toques e esperanças

'nunca' deixam de ser percebidos.

                                                                             * 

A verdadeira liberdade e o pleno desapego reside na isenção das preocupações por atos incompletos, desejos não realizados, palavras não ditas, ações não consumadas.

Extensas aflições humanas, que se desvaneçam, pois o amanhã é um segundo passado e inexiste futuro ou presente porque tudo que já foi até aqui visto e até aqui lido, também já está no ontem, definitivo intocável, e irreversível.

Vida alcunhada ilusoriamente de longa, teu nome é eternidade.

                                                                            * 

O que é de cada um não está aqui, pois se chega sem nada e sem nada parte, sozinhos.

Por isso desprender-se do incompleto é o melhor senso, pois aquilo que está pronto também amanhã deixará de ser preciso.               

                                                                           *

Só a mente transcende o medo da dor e a tristeza da lágrima, pois sonha acordada com a realidade do interminável  sem ser, sem porvir, apenas ' o É' sem existir.

                                                                           * 

Voltar para casa, deixar este lado, levar apenas o que lhe foi empréstimo e conservar o que adquiriu para o indestrutível patrimônio da alma deixada de ser errante e doravante libertada e caminhante.

Um suspiro leve, um leve sorriso um 'até logo' e um reconfortante abraço numa firme certeza

de um extenso reencontro.

O que dorme não pertence, o que acorda é eterno, o que se aprende é fraterno amplo.

Lágrimas molham, as faces embaladas em sons de canções que traduzem sonhos humanos não tidos.                                                                 

                                                                          *

Mas assim mesmo nenhum dos lampejos simples e sinceros  por mais que assim sejam, não estão perdidos.

Alguns nomes, algumas despedidas, lembranças, amizades, momentos, uma torrente emocional avassaladora que atira-se como frondosa cachoeira dentro do 'quinhão' significativo de alguns anos de vida humanos.

O que é próprio, tudo e nada, algo novo ido lá atrás, agora é jovem novamente.

Estar em casa inexiste emoção melhor do que esta que se sente...

Quando não iludido, iniciante aprendiz desperto, liberto, consciente.

                                                                     





sábado, 5 de dezembro de 2009

Pedaços IV









Um instante...

Inesperado, inusitado, em tempo algum planejado...

Apenas acontecido, sem cerimonia desenvolvido ao longo do tempo que se mensura devorando segundo a segundo o lado não metafísico desta vida, que sempre está de partida.

Alguma coisa sentida guardada, outrora ansiada querida, agora está adormecida, ida ao tempo que foi sempre ontem e se teima ao chamado de futuro, não se compreende, somente se deseja, por isso o sofrimento, por isso lágrimas lavam a alma como fios de fogo queimando as entranhas numa dor mental aguda, que emudece a voz e cega a vista para sempre.

Porque se é consciente que a realidade que não tem parceria, amizade ou comprometimento com a vida, que se desenvolve para cada história que nasceu gritando a primeira sensação do tapa e em pouco tempo vai embora clamando a negação contra a 'eterna ausência'.

Segredos silenciam a alegria real e os olhos cansados miram o horizonte que sempre quer a 'porta de saída', a libertação da dança colorida das ilusões dos mil nadas...

O 'Eu' de cada um não se entende não se compreende, não se aceita e de si próprio é carente, espelhando em vontades fantasiosas a realização do que não é possível ou de 'bom senso' para a lógica do absoluto...

E se perdem na revolta contra a porção do Absoluto em si mesmos.

Assim é difícil e estranhamente duro perceber o quanto se sente sozinho julgando-se pronto para o que dizem Amor.

Amor pelo outro para 'ter' o outro, sem se ter sem se conhecer e sem se sentir.

Assim a negação é constatada é como o aviso para o aprendizado do desapego, para a imposição da marcha dos pés na infinita estrada, afinal esta é a única certeza evidente e nunca modificada.

Uma pergunta cruel que mora em todas as faces 'sem nomes' e sem histórias próximas umas das outras pela evidente lacuna das geografias físicas.

Uma conclusão tardia mas consciente que transforma o intenso triste, em tranquilidade longe dos extremos eufóricos ou melancólicos.

Vivendo em meio a tantos impulsos não calculados, desejando apenas que tudo isso esteja terminado.

Pares de mãos vazias com  temor e vergonha de saberem-se mutuamente tocadas, espalham-se escondendo o próprio coração do outro, por vergonha do que não sabem fazer, o aprender do sentir e do ser.

Pares de olhos percebem-se sempre fugidios, cobradores e especulativos fitando apenas a estética externa dos 'adornos carnais consumíveis' desfilando de formas e cores gritantes em meio as plagas tantas de nossas cidades em tão pouca idade...

Esquecendo-se  que o que se tem é muito mais íntimo e está com  muito medo de se expor em simplicidade.

Muitos acalam, muitos esperam muitos iluminam-se, alguns vão embora, outros vivem, outros ainda existem, e por final raros resistem.