sábado, 26 de dezembro de 2009

Pedaços VI











A agonia, a incerteza, o cansaço, a vontade de nunca ser igual a qualquer um que viva imerso ao mar de rostos vazios da vida real toma conta do pensamento...
É muito estranho estender as mãos em busca do alento e tê-las apenas ressecadas ao sabor de um indiferente sopro do vento...


O que se sente por dentro é doído, a recusa da exposição da própria história é forte pela certeza do entendimento da autoresistência...
Que não se permite declarar-se como vencida diante do resgate do próprio débito num outro ontem metafísico...

Tantos olhos se entrecruzam, e num passar de poucos segundos sentem a vontade intesa de contarem-se mútuos em histórias molhadas de lágrimas buscando algum toque de carinho...

Mas a estranha onda de pensamentos plásticos brilhantes e instantâneos, forma um mar de medos velhos e longos
e pelo que se vê ao redor...
Esconde-se o sentimento na conformidade passiva quebrada apenas pelo alívio das horas nunca repetidas...

Na maioria das vezes, todo sonho é um objeto intocado, inalcançado, impossível de ser realizado...
É como contemplar a obra do Absoluto...
Sentes o carinho pelo sol, pelo céu, pelo mar, pelo verde mas nada disso é prórpio apenas contaemplativo e imensurável...

Quantas vezes tantos imaginaram rostos com nomes, toques com respostas, compartilhar de ocasos e auroras, quantas vezes lágrimas caíram sobre lágrimas, com as mesmas velhas motivações...

Quantas vezes, 'cada eu' quis ouvir 'de outros', o próprio nome cantado numa alegria calma da certeza de se estar junto ao menos nesse punahdo de tempo chamado existência...

Quanto se deixou de aprender ao carinho, pelo temor da liberdade do querer assumido sozinho, diante imposição da mera convenção social...
As horas são degustadas pelas ampulhetas e clepsidras dos Mestres infinitos...

E muitas e muitas vezes ainda haverão de dormir e acordar sem terem aprendido o que é sentir e gostar de si mesmo em outra pessoa...
Por isso se sofre por isso se angustia...
Por isso a vida lá fora, está fria, imediatista, gritante mas essencialmente vazia...

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